Fariseu digital: A religião dos likes

  • 20/08/2025
Fariseu digital: A religião dos likes
Fariseu digital: A religião dos likes (Foto: Reprodução)

Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste. (Mateus 6:1)

Vivemos dias em que a fé virou espetáculo, e a devoção, conteúdo. Jesus já alertara: a justiça exibida anula a recompensa divina (Mateus 6:1). O problema não é ser visto, mas viver para ser visto—não para glorificar a Deus, mas para ser celebrado. Quando a espiritualidade vira entretenimento, troca-se a glória eterna por likes efêmeros. Enquanto Cristo ordena "entra no teu quarto e ora em secreto" (Mateus 6:6), o influencer gospel distorce: "Que meu quarto íntimo vire palco para engajamento!" Isso não é evangelismo—é idolatria digital.

As pessoas aprenderam o caminho do ´teatro´, se tornaram excelentes performers para as câmeras e se esqueceram de que a maior plateia que deveríamos ter é o olhar do Pai Celestial reconhecendo que nosso coração é inteiramente dEle e não de nossas concupiscências.

A espiritualidade performática não conduz ninguém ao Reino de Deus.

Deus disse em Isaias 48:11, A minha glória não darei a outrem. Saiba que se seu perfil cristão tem mais engajamento que seu quarto de oração, você não é um discípulo - é um influencer religioso: um fariseu digital.

O fariseu do século XXI

Nos tempos de Jesus, os fariseus eram mestres em performances piedosas. Estudavam as Escrituras, mas preferiam interpretações humanas à verdade revelada. Hoje, o fariseu não está só nas sinagogas—está nas telas. Com filtros, edições e discursos inflamados, o cristianismo de fachada ganhou hashtags e patrocínios.

Uma pesquisa do Pew Research (2023) revela que 30% dos cristãos ativos nas redes sociais se sentem "mais espirituais" quando seus posts religiosos são curtidos. Isso expõe uma adição por validação—o mesmo pecado que derrubou Lúcifer: "Subirei ao céu [...] serei semelhante ao Altíssimo" (Isaías 14:13-14).

Se Jesus falasse a tais influencers diria: Parem de transformar devoção em marketing! Santidade não é estratégia de engajamento. Quando a espiritualidade vira vitrine, a glória de Deus é trocada por curtidas. O celular se torna a trombeta moderna anunciando boas obras. E alguém está tentando usurpar a glória de Deus. João Batista disse: convém que Ele cresça e que eu diminua.

Pare de fazer marketing da sua vida com Deus. "Jesus avisou (parafraseando): 'Cuidado com os stories piedosos' (Mateus 6:1). Toda boa obra anunciada já recebeu seu like. Você tem coragem de fazer o bem no escuro? Jesus alerta: 'Cuidado! Seu like pode ter sido seu único pagamento'. A justiça de palco anula a recompensa divina.

Jesus contra a hipocrisia digital

Em Mateus 6, Jesus expõe três práticas corrompidas pela vaidade:

Esmola anunciada (vv. 2-4) – Doar só para ser filmado. O sacrifício dos ímpios é abominável ao SENHOR, mas a oração dos retos é o seu contentamento. (Provérbios 15:8)

Oração exibida (vv. 5-6) – Orar em live para ganhar seguidores. E, quando orares, não sejas como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens... Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai em secreto. (Mateus 6:5-6)

Jejum performático (vv. 16-18) – Jejuar e postar #Desafio40Dias. Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens. (Colossenses 3:23).

O padrão é claro: "Quando o bem é feito para a plateia, a recompensa acaba nos stories". O fariseu digital é um "sepulcro caiado com filtro do Instagram" (Mateus 23:27) —bonito por fora, morto por dentro.

Jesus não condena a visibilidade, mas a motivação por trás:

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. (Mateus 23:27)

Como podeis crer, vós que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não buscais a glória que vem do Deus único? (João 5:44)

Lúcifer "Disse no teu coração: [...] serei semelhante ao Altíssimo." (Isaías 14:13-14)

Deus não está interessado no seu feed, mas no seu coração.

O preço da vaidade espiritual

- Sua conta de seguidores não é credencial no céu.

- O verdadeiro jejum é aquele que seus ´seguidores´ não sabem.

- Deus não compartilha palco: ‘A MINHA glória não dou a outrem’ (Isaías 42:8).

- Lúcifer caiu por amar sua própria beleza (Ezequiel 28:17).

- Deus não vê suas redes sociais— Ele vê seu coração.

- Quem faz marketing da própria piedade já recebeu seu retorno.

- Sua conta de seguidores não é credencial no céu.

Como alertou Agostinho: A humildade é o alicerce de todas as virtudes.

O palco espiritual anula a recompensa divina. O céu não aplaude vaidade.

Antídoto contra a 'santidade performática'

- Detox digital – Fique 40 dias sem postar "santidade". Se for difícil, seu vício não é nas redes, mas na aprovação alheia.

- Teste da discrição – Faça algo bom que, se descoberto, você teria vergonha dos elogios (Mt 6:4). Doe sem recibo, sirva sem selfie.

- Missão secreta – Visite um enfermo sem postar, pague uma conta anonimamente.

- Confissão real – Revele uma fraqueza genuína (não aquela "humildade ensaiada"). Quebre o ciclo da santidade de palco.

O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu contentamento. (Provérbios 15:8)

Um apelo profético

O fariseu digital é especialista em palco, mas estrangeiro no quarto secreto. Enquanto Lúcifer caiu por querer ser visto, Jesus venceu no deserto recusando o palco do diabo (Mateus 4:8-10).

Hoje, Ele nos pergunta: Você quer likes—ou a Minha voz dizendo: ‘Bem está, servo bom e fiel’? (Mateus 25:21).

O palco é passageiro, mas o secreto é eterno. Arrependa-se! Clame como Davi: Cria em mim, ó Deus, um coração puro! (Salmo 51:10).

Fariseus digitais podem viralizar na terra, mas só os humildes herdarão o Reino. Revele uma fraqueza genuína (não essas 'humildades performáticas'). Quebre o ciclo da falsa santidade.

- Deus abate os orgulhosos: 'Deus resiste aos soberbos' (Tiago 4:6)

- Nenhum fariseu de redes sociais entrará no Reino.

- Cristianismo autêntico não precisa de holofotes.

- O silêncio é o megafone de Deus.

- A humildade é a única virtude que, quando você pensa que tem, perdeu.

Fariseus digitais podem até ser relevantes na internet, mas são irrelevantes no céu. O céu não pergunta quantos seguidores você teve, mas se você seguiu a Cristo – até no escuro.

É hora de arrependimento! É hora de clamar ao Senhor: Pai, rasga em mim o véu da hipocrisia digital. Liberta-me da necessidade de ser celebrado. Ensina-me a servir no secreto, a amar sem plateia, a dar sem registrar. Que minha vida te agrade mais do que impressione os homens. Em nome de Jesus, amém.

#PareDeCristianismoPerformático #SantidadeNãoÉTrending

Jesus está voltando! Desperta, tu que dormes e Cristo te iluminará!

 

Fernando Moreira (@prfernandomor) é pastor na Igreja Batista do Povo em Americana - SP. Bacharel em Ciência da Computação e Teologia. Mestrado em Ciência da Computação. MBA em Vendas, Marketing e Geração de Valor. Doutorado em Teologia. Membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil. Mentor de alunos de MBA, executivo de tecnologia, orientador de carreiras executivas, conselheiro administrativo, palestrante, conferencista e autor de vários livros.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: IA não toma café: A revolução mais poderosa ainda é o relacionamento!

 

FONTE: http://guiame.com.br/colunistas/fernando-moreira/fariseu-digital-religiao-dos-likes.html


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